quarta-feira, 24 de julho de 2013

Como foi Doval no Flamengo







O próprio Flamengo já contava com um argentino desde 1968, o goleiro Rogelio Domínguez. Mas foi no apartamento de outro goleiro argentino, Edgardo Andrada, do Vasco da Gama, que Doval passou seus primeiros dias no Rio de Janeiro. Seu sucesso individual não tardaria a chegar, embora os resultados do Flamengo decepcionassem: a Taça Rio de 1969 foi perdida em um Fla-Flu com o gol da derrota vindo a dez minutos do fim. O arquirrival confirmaria o título na Taça Guanabara, em que o Flamengo ficou em terceiro. No Torneio Roberto Gomes Pedrosa do ano, sua equipe ficou em último lugar em seu grupo. No Robertão seguinte, o Mengo saiu-se melhor, deixando de ir ao quadrangular final apenas pelos critérios de desempate, eliminado pelo arquirrival - e futuro campeão - Fluminense. Já no Estadual, Doval e o Flamengo levantaram a Taça Guanabara em um outro Fla-Flu. Porém, o título carioca acabaria ficando com o Vasco da Gama.

A falta de títulos nos primeiros momentos, todavia, não o impedia de fazer juras de amor: "Jogar no Flamengo é simplesmente fascinante. Esta história de que a camisa do Flamengo corre sozinha, dribla e faz gols é mais que uma história, é uma verdade. (...) É gente que ganha jogo nas arquibancadas. Seu grito é grito de guerra, que empurra o jogador para frente. A torcida rubronegra é um milagre", declarou ainda em 1970. Foi neste ano, porém, que ele começou a sofrer sob o comando de um novo técnico, o ex-goleiro Yustrich, que queria que o argentino mudasse de posição. Doval não reclamava exatamente de ficar na ponta-direita, como pretendia Yustrich, e sim de ter de ficar preso nas funções táticas do treinador.Doval achava que deveria ir à linha de fundo, entrar pelo miolo da zaga para ser lançado e marcar gols, como fazia com sucesso. Yustrich queria que ele se transformasse em um mero centrador de bolas, no que teve resistência do gringo. "Yustrich está acabando com meu futebol", reclamou, quando afirmou que também sentia-se marginalizado por colegas protegidos pelo técnico.

Mais do que isso, Doval também não admitia que Yustrich lhe impusesse mudanças inclusive na forma de se trajar fora do clube; "Sempre gostei de andar na moda - usar cabelos compridos, calças justas e camisas coloridas. Mas agora eu não sou o mesmo. Implicam com a minha maneira de ser e impedem que faça meus gols", chegou a reclamar. O técnico se aproveitou da inconsequência deste para tachá-lo de louco e colocá-lo em desgraça.

No início de 1971, o gringo já andava meio esquecido na terra natal: a revista argentina El Gráfico levantou uma hipotética Seleção Argentina que reunisse os melhores jogadores do país que atuavam no exterior, e Doval não foi lembrado, mesmo com a matéria mencionando Roberto Perfumo e Agustín Cejas, que também atuavam no futebol brasileiro (por Cruzeiro e Santos, respectivamente). Doval queria permanecer no Flamengo, mas, não aguentando mais seu treinador, pediu que fosse emprestado; uma de suas cláusulas contratuais o liberaria do clube se ele não se sentisse bem, com a contrapartida do time ter o mesmo direito se ele não rendesse o esperado

Com a ajuda do Wikipédia


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