Maior lateral-esquerdo da história do Flamengo e quem mais vestiu a camisa rubro-negra profissional - 865 jogos -, Júnior completou 60 anos no último dia 29 de junho, período em que esteve envolvido com a cobertura da Copa. Neste sábado, o clube organizou uma festa para ele no gramado da Gávea, com direito a jogo festivo. Amigos do Capacete se enfrentaram, e o dono da comemoração capitaneou o time vermelho. O adversário, de branco, teve Zico como principal estrela.
Após o fim da partida, vencida de virada por 8 a 6 pelo time de Júnior, o homenageado agradeceu ao Flamengo por tudo que lhe foi oferecido. Ficou especialmente lisonjeado com quadro, repleto de imagens marcantes de sua trajetória dentro do clube, que recebeu das mãos do presidente Eduardo Bandeira de Mello.
- Mais que aprovada (a festa). Conseguiram resumir num quadro toda a minha vida no Flamengo. Quero agradecer à diretoria, ao pessoal do marketing e do patrimônio do Flamengo. O clube não botou um centavo aqui, foram patrocinadores. A gente sabe das dificuldades do Flamengo nesse momento. Quem dera eu pudesse fazer mais 60 anos, mas infelizmente não dá. (O resultado) É o que menos importa, mas vencemos por dois gols de diferença e foi bom - disse o craque.
O time de Júnior passou por maus bocados no início. Aos 27 minutos, já perdia por 5 a 0. Leonardo, Alcindo, duas vezes, Jayme (contra) e Zico marcaram. Destaque para o gol do Galinho, marcado após linha de passe protagonizada por ele, Leonardo e Alcindo. Detalhe: Leonardo deu a bola muito na frente, e o camisa 10 deu uma bronca no pupilo por tê-la esticado demais.
Zico deixou o campo aos 28 minutos, e o time branco sentiu a ausência do craque. O vermelho aproveitou, e a dupla do tetracampeonato mundial diminuiu a diferença. Romário marcou o primeiro, colocando no ângulo do goleiro Paiz. Mais bonito ainda fez Bebeto, que encobriu o arqueiro adversário. E assim terminou o primeiro tempo: 5 a 2 para o branco.
Júnior minimizou as dores no joelho que o tiraram de campo poucos antes dos 40 minutos da etapa inicial e exaltou o fato de poder ter reunido ex-jogadores das gerações de 70, 80 e 90, décadas nas quais defendeu o Rubro-Negro profissionalmente.
- O mais importante é estar com essa galera, fico feliz de só ter tido artrose aos 58 anos. Nunca tive problema na minha carreira. Tem jogadores dos anos 70, que me acolheram há 40 anos, fiz questão de reunir todas as pessoas que fizeram parte da minha vida profissional e pessoal.
O Maestro também elogiou a qualidade do gramado da Gávea, lembrando que em seu tempo de atleta o panorama era bem diferente.
- Por que não existiu uma campo desse na nossa época? Na nossa época era um rala-coco danado. Tanto que o Vanderlei tem trazido o time para a Gávea na véspera dos jogos. Foi um grande legado da presença da Holanda por aqui.
O time vermelho iniciou a partida com Adriano, Aldair, Jayme, Marinho e Piá; Uidemar, Júnior e Adílio; Lico, Bebeto e Romário.
Segundo Tempo
Logo no início da etapa final, Romário recebeu na entrada da área, fez grande jogada e rolou para Bebeto, que driblou Paiz e marcou. Pouco depois, Nunes aproveitou-se de falha da zaga adversária e colocou o time de vermelho no páreo de vez: 5 a 4. Aos sete minutos, o empate: o Baixinho recebeu livre na área e igualou, com a habitual calma.
Alcindo recolocou o time branco na frente, mas logo Romário voltou a deixar tudo igual: 6 a 6.
A virada aconteceu justo no minuto (19) em que Júnior, substituindo Julio Cesar Uri Gheller, voltou a campo. Nunes, de cabeça, fez o sétimo do time vermelho. Romário marcou o oitavo após passe de Cláudio Adão dentro da pequena área.
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